sábado, 24 de maio de 2014

A procura

Reviro os papéis amassados na gaveta, a procura daquilo que sei não estar lá. Os dias se arrastam e a poeira se acumula nos móveis que mantenho intactos como se assim, sem mudar nada de lugar, ainda consiga sentir, ao entrar na sala, o aroma daquelas primaveras. Inútil tentativa. As pétalas já caíram e há muito o silêncio é a companhia que preenche o vão da porta que continua semi-aberta e por onde passa o vento, passa a luz e passa o tempo sem que ela passe de novo por ali.

terça-feira, 13 de maio de 2014

O abraço




Não dá pra abraçar o mundo, Cecília.
- Nem se eu abrir bastante os braços?
- Se fizer isso, não vai conseguir fechá-los. 
- E isso é ruim?
- É terrível. Todo abraço precisa ser mais apertado do que a saudade que vai ocupar o espaço deixado
depois da despedida.